CONSIDERAÇÕES SOBRE O CORPO PARADOXAL EM ANÁLISE DE DISCURSO

Resumo

Neste texto mobilizo a crítica da noção de corpo como organismo em favor da visualização de um corpo paradoxal, afetado pelo contato dos infinitos outros corpos que podem compor sua rede de afecção. A potência do movimento do corpo surge do contato com o outro, da liberdade infinitamente ampliada pelos bons encontros com o outro (SPINOZA, 2018). Essa reflexão dialoga com os estudos conduzidos por Suely Rolnik (2010; 2019); com as concepções sobre o corpo em Análise de Discurso discutidas por Maria Cristina Leandro Ferreira (2011); e, também, com o tratamento afroinspirado da questão do corpo e sua relação com a memória, da maneira como ilustra Leda Maria Martins (2021). O objetivo é o de dar a ver como o corpo comparece como um objeto paradoxal – não apenas um objeto discursivo complexo porque contraditório, mas revestido de tempo, memórias, onomatopeias, assovios; uma miríade de vozes, enunciados, coreografias e olhares que se separam e emaranham de novo nas treliças e nervuras do discurso. Busco encarar o corpo jogado no limbo, num espaço intervalar em que se despedaça, para depois, na dinâmica espiralada que desempenha, ser reunido em palavra e pela palavra dizer de seu hiato.

Biografia Autor

Isaac Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Doutorando em Estudos da Linguagem pela UFRGS

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Publicado
2024-02-06
Como Citar
Costa, I. (2024). CONSIDERAÇÕES SOBRE O CORPO PARADOXAL EM ANÁLISE DE DISCURSO. Revista DisSoL - Discurso, Sociedade E Linguagem, 18(18). https://doi.org/10.35501/dissol.v18i08.1105