PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA:

análise discursiva de uma decisão do STF

  • Malu Maria de Lourdes Mendes Pereira UNIVERSIDADE VALE DO SAPUCAÍ - UNIVÁS
Palavras-chave: Prisão em segunda instância, STF, Discurso Midiático

Resumo

O presente artigo toma como questão de pesquisa o funcionamento do discurso midiático. Elegemos a teoria da análise do discurso, de vertente francesa, para situar nosso trabalho de compreensão. No tecer de nossa pesquisa, fora analisada quatro capas de jornais impressos, especificamente, fotografias e chamadas, que trouxeram a notícia a respeito da decisão do STF acerca da prisão em segunda instância proferida em 2019. Nosso objetivo principal foi o de verificar como o discurso midiático, por meio do corpus construído por nós, produz diferentes efeitos de sentido da/para a decisão referida decisão. Inicialmente abordamos as condições de produção da decisão e, em seguida, procedemos a descrição e interpretação do corpus selecionado. Em nosso trajeto fizemos também apontamentos sobre os modos de produção do espetáculo midiático decorrente da decisão. Por fim, num efeito de fecho, descrevemos algumas regularidades presentes nas manchetes principais das capas no sentido  da crítica ao STF em relação à decisão tomada, com omissão dos fatos em sua enteireza, o que acaba por instaurar um discurso mais polêmico do que o necessário para a ocasião, identificando-se assim o espetáculo midiático nos moldes defendidos por Guy Debord

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Publicado
2023-04-27
Como Citar
Mendes Pereira, M. M. de L. (2023). PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA: . Revista DisSoL - Discurso, Sociedade E Linguagem, (16). https://doi.org/10.35501/dissol.vi16.927