A INTERFACE GRÁFICA COMO LUGAR DE CONSTITUIÇÃO SUBJETIVA

  • Benedito Fernando Pereira Faculdade Católica de Pouso Alegre - FACAPA
Palavras-chave: Linguagens de programação, constituição subjetiva, interfaces e sentido, programming languages, constitution of the subject, interfaces and meaning.

Resumo

Criadas a partir de uma concepção matemática e lógica de linguagem, as linguagens de programação constituem a ferramenta pela qual o universo informático é construído. Tidas como unívocas e perfeitas, com elas se escrevem os códigos fontes e se desenham as interfaces gráficas dos programas massivamente usados atualmente. As linguagens de programação, contudo, não deixam de ser linguagens que se abrem aos múltiplos sentidos e determinam posições sujeitos. Neste trabalho, tendo como base o referencial teórico da Análise de Discurso francesa, entendemos as interfaces gráficas como objetos construídos pelas linguagens de programação e, como tais, objetos de linguagem que funcionam como um lugar de constituição subjetiva e de deriva dos sentidos a partir da análise de uma interface tomada como corpus.Abstract:The programming languages have been developed taking into account a concept of logical and mathematical language which could read the reality and reproduce it in electronic systems. So, these languages constitute the tool by which the cyberspace is built. Taken as unequivocal and perfect, they are used to write source codes and to design the GUI of massively currently used programs. However, the programming languages are open to multiple meanings as well as other languages, and they even determine subject positions. In this paper, based on the theoretical framework of French Discourse Analysis, we understand graphical interfaces as objects constructed by the programming languages and, as such, objects of language that function as a place of subjective constitution and of drift of the senses. For that, we take a software interface as a corpus for our analysis.

Biografia do Autor

Benedito Fernando Pereira, Faculdade Católica de Pouso Alegre - FACAPA
Licenciado em Letras (Univás), Bacharel em Filosofia (FACAPA), Especialista em Ensino de Filosofia (FACAPA), Mestre em Ciências da Linguagem (Univás).

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Publicado
2015-10-26
Como Citar
Pereira, B. F. (2015). A INTERFACE GRÁFICA COMO LUGAR DE CONSTITUIÇÃO SUBJETIVA. Revista DisSoL - Discurso, Sociedade E Linguagem, (2). https://doi.org/10.35501/dissol.v0i2.40