Redes educativas no contexto da cibercultura: crianças de/no terreiro trançando seus saberes
Resumo
Para compreender qual é o lugar da infância e como as crianças crescem e se desenvolvem em sua comunidade de origem é preciso olhar atento, ouvido à espreita e muito tempo sentada ou pulando com elas. Este artigo é fruto de 10 anos de pesquisa; dormindo e acordando com as crianças de candomblé fomos percebendo que elas crescem entre adultos, correndo, pulando, brincando e protagonizando o seu cotidiano e nas redes sociais digitais dão visibilidade as suas vivencias a partir das suas narrativas digitais: fotografias, vídeos e comentários. Neste texto apresentamos os desafios dessas crianças e suas mães na luta contra o racismo religioso no contexto da cibercultura. O toque epistemológico e metodológico foi possível a partir do nosso encontro com a epistemologia ancestral e a concepção de criança e infância.Referências
BORGES, L. M. Facebook e afroreligiosidade: o orunkò e os ‘nós’ no intercruzamento das redes que nos formam. Odeere, Jequié, BA, v. 3, n. 2, p. 221-250, jan./jun. 2017. Disponível em: http://periodicos2.uesb.br/index.php/odeere/article/view/1579/1362. Acesso em: 17 de set. de 2017.
BRASIL. Lei Federal nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira, e dá outras providências).
BRASIL. Lei n. 11.645, 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro Brasileira e Indígena”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/
l11645.htm. Acesso em: 17 de set. de 2017.
FLOR DO NASCIMENTO, W. Manifestações afro-brasileiras: cosmopercepções e religiosidades africanas no Brasil. In: KOMINEK, A. M. V.; VANALI, A. C. (org.). Roteiros temáticos da diáspora: caminhos para o enfrentamento ao racismo no Brasil. Porto Alegre: FI, 2018a. p. 501-518.
______. Temporalidade, memória e ancestralidade: enredamentos africanos entre infâncias e formação. In: RODRIGUES, A.; BERLE, S.; KOHAN, W. (org.). Filosofia e educação em errância: inventar escola, infâncias do pensar. Rio de Janeiro: NEFI, 2018b. p. 583-595.
GOMES, N. L. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural. Revista Brasileira de Educação, n. 21, p. 40-51, set./out./nov./dez. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000300004&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 de jun. de 2017.
HOOKS, B. Alisando o nosso cabelo. Revista Gazeta de Cuba, Unión de escritores y Artista de Cuba, jan./fev. 2005. Tradução Lia Maria dos Santos. Disponível em: http://historiaemprojetos.blogspot.com/2009/05/alisando-nossos-cabelos.html. Acesso em: 17 set. 2017.
MIRZOEFF, N. O direito a olhar. Educação Temática Digital, Campinas, v. 18 n. 4, p. 745-768, out./dez. 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8646472/14496. Acesso em: 17 set. 2017.
OYEWUMI, O. The invention of women: making an African sense of western gender discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.
PÓVOAS, R. C. Da porteira para fora: mundo de preto em terra de branco. Ilhéus: Editus, 2007.
SOMÉ, S. O espírito da intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre maneiras de se relacionar. 2. ed. São Paulo: Odysseus Editora, 2007.
Direitos de Autor (c) 2020 Argumentos Pró-educação
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores que publicarem na Argumentos Pró-Educação concordam com os seguintes termos:
1 - mantém os direito autorais e concendem à revista o direito de primeira publicação, com o texto simultaneamente licendicado sob a Licença Creative Commons Atribuição - Não Comercial 4.0 Internacional;
2 - têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do texto publicado nesta revista, como por exemplo, publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
3 - têm permissão para publicar e distribuir seu trabalho on-line, como por exemplo, em repositórios institucionais ou na sua própria página pessoal a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isto pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do texto publicado.