A REVITALIZAÇÃO DA FEITURA CERÂMICA GUARANI-MBYÁ NA TEKOA MBOY-Y-TY: UMA VIA DE REDESCOBRIMENTO E REAFIRMAÇÃO DO SEU ETHOS IDENTITÁRIO
Abstract
Durante toda nossa história nacional, sempre houve a interação sociocultural sistemática entre indígenas e a comunidade não-índia, muitas vezes criando a falsa noção de superioridade de uma sobre a outra. Daí, objetivei buscar a retomada das obras de barro Guarani-Mbyá na aldeia Mboy-y-ty pela metodologia de uma pesquisa-ação atuante junto às suas crianças, pois no Brasil (desde o século XVI) tal ação artística vem sendo desmobilizada pelo colonizador europeu e seus descendentes, nutrindo no senso comum uma ideia de enfraquecimento estético agregado às realizações concretas nativas. No decorrer desse escrito, perceber-se-á que os resultados obtidos nas oficinas cerâmicas com tais crianças hão de contradizer a mitologia escrita pela ótica etnocêntrica de sua fragilidade na formação cultural de nosso país, concluindo que o índio é sim um verdadeiro protagonista histórico, indivíduo altamente contribuinte para a estruturação de nossa sociedade.References
BIASE, H. A contribuição da pedagogia Freinet na construção de escola indígena diferenciada na grande metrópole. In: Aracy L. S.; Mariana K. L. F. (org.). Práticas pedagógicas na escola indígena.– São Paulo: Global, 2001. p. 87-106.
ELIAS, Marisa D. C. Célestin Freinet: uma pedagogia de atividade e cooperação. Petrópolis, Rio de Janeiro: editora Vozes, 1997.
FRADE, I. N.; REIS, Marluce. Elementos da visualidade Guarani contemporânea: O Artesanato em seu estado de dissolução. In: I Encontro de pesquisadores PPGA/RJ e 17º Encontro de Estudantes do PPGA/EBA/UFRJ, 2010, Rio de Janeiro. [Des]limites da Arte: reencantamentos, impurezas e multiplicidades. Rio de Janeiro: UFRJ, Escola de Belas Artes, 2010. v. 1. p. 42-53.
FRADE, I. N. O lugar da arte: o paradigma multicultural frente ao primitivismo, 2004. Textos escolhidos de Cultura e Arte Populares. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, v. 3/novembro, 2004. p. 17-24.
_______________________. Pedagogia do Artesanato. Textos escolhidos de Cultura e Arte Populares. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, v. 3, nº 1, 2006.
GARLET, I. J.; ASSIS, V. S. A imagem do Kechuíta no universo mitológico dos Mbyá-Guarani. In: Revista de História Regional 7(2): 99-114, Inverno 2002. p. 99-114.
GONÇALVES, José R. S. Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como patrimônios. Porto Alegre: Revista Horizontes Antropológicos, ano 11, nº 23, pp. 15-36, jan/jun, 2005.
LADEIRA, Maria I. Espaço geográfico Guarani-Mbya: significado, construção e uso. Maringá, PR: Eduem; São Paulo: Edusp, 2008.
LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência, alteridade e ralação. Belo Horizonte: editora C/Arte, 2009.
LA SALVIA, Fernando; BROCHADO, José P. Cerâmica Guarani. Porto Alegra: editora Posenato Arte e Cultura, 1989.
LEWKOWICZ, Rita; PRADELLA, Luis G. S. Algumas ideias equivocadas sobre povos indígenas e suas terras. pp. 77-93. In: Coletivos Guarani no Rio Grande do Sul: territorialidade, interetnicidade, sobreposições e direitos específicos. Porto Alegre: Mesa Diretora Alrs, 2010.
MELIÁ, Bartolomeu. A história de um guarani é a história de suas palavras. Revista do instituto Humanitas Unisinos on-line, ano 10, ed. 331, maio/2010. DOI: http://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/3258-bartomeu-melia-1. Disponível em: http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3258&secao=331. Acesso em: 12 de maio de 2019.
MONTICELLI, Gislene. O céu é o limite: como extrapolar as normas rígidas da cerâmica Guarani. In: Boletim do Museu do Pará Emílio Goeldi. Belém, 2007. Jan/abr., v. 2, nº 1, p. 105-115.
RAMOS, Alcida R. Sociedades indígenas. 2ª edição. São Paulo: editora Ática, 1988.
SAHLINS, Marshall. Cultura na prática. Tradução de Vera Ribeiro. 2ª edição. Rio de Janeiro: editora UFRJ, 2007. p. 301-317.
Copyright (c) 2021 Argumentos Pró-Educação
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores que publicarem na Argumentos Pró-Educação concordam com os seguintes termos:
1 - mantém os direito autorais e concendem à revista o direito de primeira publicação, com o texto simultaneamente licendicado sob a Licença Creative Commons Atribuição - Não Comercial 4.0 Internacional;
2 - têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do texto publicado nesta revista, como por exemplo, publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
3 - têm permissão para publicar e distribuir seu trabalho on-line, como por exemplo, em repositórios institucionais ou na sua própria página pessoal a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isto pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do texto publicado.